À verdade


Lígia Gonçalves Borges

Adoro despedidas. Gostaria de dizer que não, mas a experiência me mostrou com fatos o quanto sou aficcionada. É notório que, faminta de experiências desatediadoras, estou fadada a decisões tolas, desculpe a rima.
Minhas tentativas de recomeço fracassaram, e foram muito bem regadas com pontos de vista os mais dispersos. O que fazer? Sempre existe uma resposta pronta para ouvir, apoiando o cotovelo sob a mesa. Então decido a baboseira que me veio à mente por último e assim se segue. As escolhas que fazemos ao longo da vida são: matar ou morrer. E se hoje estou aqui escrevendo é para matar essa relação doentia.
Não me entenda mal, sou casada. O meu compromisso é com o prazer e o seu, com o sadismo. Masoquista eu? Não. Longe disso. Apenas quero viver o hoje e eu mereço. Amanhã estarei embaixo da terra aos vermes, na pior das hipóteses e, na melhor, incinerada. Talvez você tenha vindo para me ajudar a chegar a esse ponto com maestria e mais rápido. Às vezes me atraio, não minto. Corro de você e para você.
Porém o certo é você partir, pelo bem de todos. Não espero sua resposta. Conhecer a verdade é muito pior, e sei que o encanto do que tivemos foi justamente pela falta de aprofundamento. A sua força é contrária à vida, e desta eu só recebi ingratidão.
Nos completamos, eu sei. E se você um dia puder entrar em contato com estes meus pensamentos, o vazio prevalecerá. E como eu quero viver, e você, precisa continuar, não faz falta que me compreenda. Siga seu rumo, traga sopros de vida a quem ainda não sabe...

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