Anticoncepção na adolescência


Soraia Schmidt


Há disponíveis no mercado diversos tipos de métodos anticoncepcionais, com diferentes vias de administração, tempo de duração, tipo de medicações e sem medicações (DIU e preservativos-camisinhas). Cada mulher irá se adaptar melhor a algum deles, e, por isso, é essencial ter conhecimento sobre os diferentes métodos e conversar com um ginecologista para se informar e decidir qual a melhor opção. Não há um melhor método para todas as mulheres.
Em geral, todos métodos anticoncepcionais podem ser usados por adolescentes. Alguns métodos, porém, podem não ser as melhores opções. O médico irá avaliar sua saúde geral, ginecológica, e aspectos pessoais para excluir contraindicações (aqueles que você não pode usar) e orientar quais as opções seguras ao seu perfil. A escolha será realizada em conjunto.
O ideal é ter essa conversa antes de começar a ter relações. Alguns métodos necessitam ser administrados previamente para que se obtenha o efeito desejado. Usar preservativo para se proteger de infecções sexualmente transmissíveis e aumentar a eficácia do contraceptivo é outro ponto importante, chama-se a esse efeito, dupla proteção.
Os métodos anticoncepcionais disponíveis no Brasil são:
- Preservativo feminino e masculino: são as camisinhas. Os preservativos têm a vantagem de, além de evitar a gravidez indesejada, proteger contra grande parte das infecções sexualmente transmissíveis (sífilis, gonorréia, clamídia, hepatites B e C, HIV). Além disso, podem ser usados concomitantemente com outros métodos diminuindo ainda mais a chance de gravidez. É importante lembrar que não se pode usar preservativo masculino e feminino ao mesmo tempo.
Métodos Hormonais:
- Injetáveis: são injeções aplicadas no músculo uma vez ao mês ou a cada três meses, a depender do método escolhido. Com a injeção mensal, em geral, as mulheres mantêm a menstruação uma vez por mês. Com a injeção trimestral é comum ficar sem menstruar.
- Pílulas: há pílulas com estrógeno e progesterona ou somente com progesterona. Algumas você toma durante 21 dias e para 7, outras você toma 24 dias e para 4 e outras toma todos os dias, sem pausa. Existem diferentes doses e tipos de hormônios aos quais se pode individualizar, para melhor adaptação, dependendo da situação de cada mulher ou menina. Há aquelas para quem quer menstruar e outras para quem não quer menstruar.
O principal risco é a perda do efeito da pílula pelo esquecimento de tomar diariamente. Exige disciplina. Também existem situações que pode ocorrer a diminuição da eficácia (uso concomitante de algumas medicações ( ex: anticonvulsivantes e estabilizadores do humor), ou porque teve episódios de diarreia e vômito intensos durante o uso.
- Anel vaginal: é um anel hormonal flexível que é colocado na vagina pela própria mulher. Ele não interfere nas relações sexuais e é retirado após 21 dias. Depois de 7 dias de intervalo, um novo anel deve ser colocado.
- Adesivos transdermicos: os adesivos contêm hormônios que são liberados na pele e trocados a cada semana por 3 semanas. Pausa de 1 semana e inicia com novo adesivo.
-Implantes subcutâneos: o implante é um pequeno bastão que é inserido pelo médico sob a pele do braço, após anestesia local. O efeito contraceptivo dura 3 anos e não é incomum as mulheres ficaram sem menstruar.

Vantagens do uso dos métodos hormonais em geral:
• Melhora a pele (acne e oleosidade),
• Diminui a cólica menstrual,
• Diminui o fluxo menstrual e pode-se optar por não menstruar ou menstruar de forma programada.

- DIUs: os dispositivos intrauterinos podem conter hormônio ou não. Eles são inseridos dentro do útero e, por isso, só podem ser usados por quem já teve relação sexual. Se você escolher o que tem hormônio, é provável que você fique sem menstruar. A duração da eficácia do DIU hormonal é 5 anos. O DIU de cobre, sem hormônios, tem duração de 10 anos (modelo TCu380A) e mantém os ciclos menstruais.
Qual é o método que tem menor chance de gravidez?
Os métodos contraceptivos atuais são altamente eficazes, com taxas de falha < 1%. Entretanto nenhum é 100% seguro, mesmo a laqueadura tubária e a vasectomia. Os preservativos isolados, tem falha de 2% a 16%. Sabe-se que quanto menos depender de atitude das pessoas menor a chance de falha do método. A pílula, que depende de você lembrar de tomar todos os dias, por exemplo, apresenta maior chance de falha que o DIU ou implante – que, depois de inserido, praticamente não depende mais da usuária.
Algum método é mais indicado para adolescentes?
Os estudos mostram que os métodos contraceptivos mais eficazes são os métodos reversíveis de longa duração (LARCs): DIUs e implante subcutâneo. Para os DIUs, a chance de gravidez é de 1 em cada 150 mulheres e para os implantes é ainda menor: 1 em cada 1000 mulheres.
IMPORTANTE:
Como todo contraceptivo apresenta alguma chance de falha e, considerando-se o risco de infecções sexualmente transmissíveis, recomenda-se a proteção dupla, ou seja, preservativo masculino OU feminino E um dos outros métodos descritos acima.
Importante é tirar dúvidas e desmistificar o uso, pois há muitas informações errôneas, que descontextualizadas, confundem e criam crenças falsas, principalmente sobre possíveis malefícios. Em geral os métodos são muito seguros e eficazes. Entretanto apresentam algumas contraindicações e, portanto, necessitam de uma avaliação médica para garantir o uso adequado e seguro.
Para escolher seu método, busque informação e orientação médica e decida, na consulta, qual método usar.
Nunca é demais lembrar: use preservativo em todas as relações sexuais. Aumenta a eficácia do seu método anticoncepcional e protege, você e seu parceiro, de infecções sexualmente transmissíveis.

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Soraia Schmidt

E-mail: schmidtsoraia@gmail.com

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