O Rinoceronte em Nós


Luiz Alexandre Kikuchi Negrão

Introdução
Em 06 de novembro de 1959 no Teatro de Düsseldorf, na antiga República Federal Alemã [1], a peça “O Rinoceronte”, do dramaturgo romeno Eugène Ionesco, foi encenada [2]. Escrita no verão de 1958 como resposta a críticas, o texto escrito foi publicado em francês [3]. Mais tarde foi traduzido para o português [4]. No segundo ato, o personagem Jean, pessoa esclarecida, assevera: “Eu lhe digo que não é tão mau assim! Afinal, os rinocerontes são criaturas como nós, têm direito à vida, tal como nós!” [5]
Um mês antes ocorriam as eleições municipais de 04 de outubro de 1959, após campanha bastante acirrada, por acachapante maioria de votos sobre os candidatos, como bem lembram Paulo Pasttella (“Chaplin Pasttella”) e Irene Gongora Rodrigues de Toledo, o resultado: Cacareco é o vereador mais votado!

A Carioca Que Conquistou São Paulo
Robusto, o rinoceronte é animal selvagem [6]. Em razão de sua imagem simbolizar força e robustez e da semelhança de sonoridade da palavra em português com o nome do fundador, agência de publicidade paulistana utiliza-a como logotipo e propaganda [7]. Vem sendo retratado por muito tempo – em 1515 foi objeto de célebre xilogravura de Albrecht Dührer e foi o protagonista de interessante biografia recente [8]; atualmente desenhos e animações em personagens divertidos destacam a força e a atitude do rinoceronte [9]. Por outro lado, há tempos imemoriais o animal vem sendo estudado e caçado pelo ser humano para obtenção do seu chifre: por conta de inúmeras aplicações (prescrições da Medicina Tradicional Chinesa e outras – Malásia, Coréia do Sul e Índia - para acalmar febres e dores e para pesquisas científicas, bem como afrodisíaco na China e no Vietnã, nas empunhaduras das adagas Jambiya no Iêmen e outras aplicações), o rinoceronte tem sido sacrificado, quedando em situação crítica de extinção [10]. As emocionantes linhas e imagens de Érico Hiller buscam sensibilizar para espécies em iminente risco de extinção . Para salvá-lo, santuários e zoológicos vêm protegendo-os de caçadores com o corte de seu chifre e a prisão dessas pessoas, bem como a Fundação Rhino Conservation desde 2012 agracia pessoas e entidades com prêmio por ações neste sentido [11].
Em cativeiro, no Jardim Zoológico do Distrito Federal (à época, Rio de Janeiro), em 14 de novembro de 1954 nasceu o rinoceronte fêmea “Cacareco”, referindo-se a palavra “cacareco” a objeto velho ou usado ou coisa sem valor [12]. Para a inauguração do terceiro Jardim Zoológico da cidade de São Paulo [13], a pedido do então Governador do Estado, Dr. Jânio Quadros, ao Prefeito do Rio de Janeiro, Dr. Francisco Negrão de Lima, o paquiderme veio para o Zoológico Paulista, na Água Fria (atualmente Parque do Estado [14]). Quando chegasse, iria ser apresentado no Palácio do Governo, que fica nos Campos Elísios, porém, exatamente um mês antes da inauguração do Zoo paulistano, o Governador estava em viagem e “Cacareco” foi diretamente encaminhado à Água Fria, para aclimatação e preparação para a inauguração vindoura. Sob forte chuva, em 16 de março de 1958, a nova atração paulistana foi oficialmente inaugurada por Jânio Quadros, que, dentre suas célebres frases, deixou escapar: “Com o cartaz que está, ‘Cacareco’ seria um forte candidato aos Campos Elíseos” [15]. Veio a angariar, já em outubro desse ano, o carisma de animal predileto do Jardim Zoológico. Havia pedidos do Dr. Negrão de Lima para seu retorno a casa, o que o Zoo de São Paulo postergou o que pôde e nas ruas paulistanas difundia-se a campanha “O Cacareco É Nosso”. A rivalidade São Paulo – Rio de Janeiro estava em voga.
Fora dos muros do Zoológico, sobreveio repentina fama. Ocorreu o lançamento do boneco “Cacareco”, rinoceronte de brinquedo, pela fabricante de brinquedos Estrela. Também inspirou a publicação de histórias em quadrinhos “Cacareco e Outros Bichos”, sucedidas anos depois pelo “Almanaque de Cacareco” [16]. Está no gibi a troça: abrindo o número 2 da revista “Cacareco e Outros Bichos”, a estória “Eleição no Zoológico” mostra o pleito entre Cacareco e Jacarão [17].
Com o desânimo com a Política e dotado de peculiar espírito jocoso, o célebre jornalista Itaboraí Martins (Itaborahy Feitosa de Oliveira Martins), do jornal O Estado de S. Paulo, juntamente com amigos da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, criou a candidatura de “Cacareco” para a Câmara Municipal de São Paulo. A campanha eleitoral teve santinhos e até jingle [18].
Voltando à Água Fria, o Jardim Zoológico perdeu sua grande celebridade instantânea. Em 02 de outubro de 1959, após meses de pedidos e poucos dias de viagem, a fêmea “Cacareco” voltou à cidade natal – Rio de Janeiro, onde foi muito bem recebida.
Agora vamos às urnas. Dois dias depois, em São Paulo, que também abrangia Osasco, ocorreram eleições municipais para 45 vagas na Câmara Municipal, com 540 candidatos a vereador. Munidos ou não dos santinhos de “Cacareco”, milhares de eleitores depositaram nas urnas a esperança e o protesto (alguns eleitores locais por não obterem a autonomia municipal de Osasco), na mascote do Zoológico. Em muitas cédulas na Capital e no Interior (Americana, entre outros municípios) liam-se: “Para vereador - Cacareco”, “Cansados de teleco-teco, vamos votar em Cacareco” e “Queremos uma Câmara mais anima... da”. A Comissão Eleitoral Apuradora, após separar os votos e contá-los como nulos, publicou o resultado final dos eleitos, não eleitos, votos nulos e os em branco [19]. Na imprensa, Cacareco era Sua Excelência [20]. O célebre jornalista gaúcho Jotabê, na crônica “Cacareco, o Mais Votado”, datada de 08 de outubro, mostra o entusiasmo de cacarequistas (eleitores partidários de Cacareco) em São Paulo e o reflexo em Porto Alegre com candidatos divulgarem ser rinocerontes ou cacarecos para angariar votos [21]. No eleitorado não apenas de São Paulo como do interior, cerca de 100.000 votos teriam elegido o paquiderme como o preferido e outros quatorze vereadores pelos quocientes eleitoral e partidário (um terço do órgão legislativo) [22].
Outra carioca conquistou não apenas São Paulo como todo o País. Jovem e talentosa, Dolores Duran brilhava na rádio e televisão. Em 24 de outubro desse ano, o País perdia essa cantora luminar [23]. Legou as maravilhosas músicas “A Noite do Meu Bem”, o samba canção “Castigo”, entre outras composições, bem como a letra do sucesso “Por Causa de Você”, com Vinícius de Moraes e Tom Jobim.
Em Paris e em Nova York, no ano seguinte, “O Rinoceronte” foi encenado, causando perplexidade às plateias. Juntamente com “Esperando Godot”, de Samuel Beckett, e outras peças, o Teatro do Absurdo renovou a Dramaturgia. A obra-prima do romeno Eugène Ionesco critica, principalmente, o Totalitarismo [24]. Uma década antes, o britânico George Orwell publicou “1984”, em que o protagonista Winston vivia em uma sociedade totalitária [25]. Trinta e seis anos depois d’ “O Rinoceronte”, José Saramago lançou “Ensaio sobre a Cegueira”, em que todos, pelo “mal branco”, misteriosa enfermidade que acometem os insensíveis, apressados e egoístas, ressalvada a “mulher do médico” (a obra teve adaptação para o cinema no longa-metragem de mesmo nome, de Fernando Meirelles, lançado em 2008) [26].
Nesse mesmo ano, os carnavalescos cariocas Francisco Ferraz Neto e José Roy lançaram a marchinha “Cacareco”, que alegrou o País [27].
O rinoceronte não viveria muito para gozar desse sucesso. Morreria em 27 de novembro de 1962 aos oito anos de idade (muito jovem, quando a expectativa média de vida de rinocerontes é de 45 anos [28]), no Zoológico do Distrito Federal, acometida de nefrite aguda.
Quase um ano e meio depois, o Brasil viu-se diante da destituição do Presidente da República, com brusca mudança de regime político, com apoio das Forças Armadas e dos setores conservadores, que consideravam nos “Anos Dourados” inapropriado o grau de liberdade alcançado. A parêmia “pode-se fazer tudo que a lei não proíbe” foi substituída por “deve-se fazer tudo o que a lei determina” e quem elaborava na prática as leis? Foram duas décadas e meia de autocracia até a promulgação da atual Constituição da República, em 05 de outubro de 1988, fato inaugural do regime atual.
“Cacareco” inspirou a criação do partido “Rhinoceros Party of Canada”, existente entre 1965 e 1993 (e de 2007 em diante), sob a liderança do memorável rinoceronte negro “Cornelius the First”, que concorreu a inúmeros pleitos, alguns com muitos votos [29].
Desde 1984 (coincidência com o mencionado clássico de George Orwell), o esqueleto de “Cacareco” abrilhanta o centro do Museu de Anatomia Veterinária da Universidade de São Paulo, no campus da Cidade Universitária em São Paulo. No ano seguinte, em edição póstuma, foi publicado “Cacareco. O Mais Votado”, do cronista gaúcho João Bergman (Jotabê) [30].

O Que Aconteceu?
O historiador Antonio Sérgio Ribeiro [31] e a imprensa à época apontam para o “voto de protesto”, em que o eleitorado (principalmente o de Osasco) manifestou sua vontade nas urnas. Como bem esclarece o Dicionário Caldas Aulete, protesto é “protestação, afirmação solene, declaração pública que se faz da própria vontade... declaração solene de que se acha ilegal alguma coisa: Um dos eleitores fêz um protesto contra o modo por que a eleição correu” [32]. Não se podem descartar outros fatores [33].
A emancipação do município paulista de Osasco foi difícil. Na época, não era competência da Justiça Eleitoral, mas sim da Justiça Comum, no caso, Tribunal de Justiça. No plebiscito de 13 de dezembro de 1953, a maioria dos eleitores votou pela não emancipação [34]. Na consulta popular de 21 de dezembro de 1958, os eleitores de Osasco (Movimento dos Autonomistas) tentaram emancipação em relação a São Paulo, mas o Juiz-Presidente do Plebiscito, Dr. Neville Riemma, por provocação fundamentada em irregularidades, decidiu anular o pleito, o que foi confirmado no Supremo Tribunal Federal [35]. Lograram êxito somente na consulta popular de 04 de fevereiro de 1962 (havia sido anulada a data anterior – de 07 de janeiro desse ano), na fundação quinze dias depois e no decorrente reconhecimento em lei estadual [36].
Não se pode esquecer que a campanha de “Cacareco” foi realizada por jornalista de relevante periódico de São Paulo, que tinha muitos leitores também no Interior. E, ainda, ficou em evidência a folclórica rivalidade São Paulo - Rio de Janeiro, que se limitava ao futebol e à música e dança popular (a capital paulista era, muito por ignorância e troça, chamada de “túmulo do samba”).
Outro fator é o econômico: deixar de votar e de justificar poderia ser caro. Era razoável o valor da multa por não votar nem justificar à época, em 1959: de Cr$ 100,00 a 1.000,00 (cem a mil cruzeiros) [37]. Não era baixo para o eleitor comum na atualidade (R$ 3,14).
Candidato animal não era novidade no Brasil. Em Jaboatão, Pernambuco, em 1955, o bode malhado “Cheiroso” também foi eleito e os votos foram anulados. Muito antes, em 1922, o bode “Ioiô” recebeu muitos votos para vereador de Fortaleza, Ceará [38]. Não foi novidade a candidatura de animal para as eleições [39].
Vieram outros candidatos de outras espécies animais. Nas eleições municipais em 1988, como resultado da campanha ostensiva das revistas “Plantão da Casseta” e “Planeta Diário” dos humoristas Hélio de La Peña e outros, o chimpanzé “Tião”, do Partido Bananista Brasileiro, com o mote “Vote monkey, get monkey”, foi o vereador mais votado com 400.000 votos (todos considerados nulos pela Zona Eleitoral mãe do Rio de Janeiro). Em Pilar, interior de Alagoas, em 1996, o bode malhado “Frederico” também foi eleito, mas morreu envenenado.
O Brasil não supera outros países em bizarrices. Recentemente, com dados estatísticos sobre o País, a obra “Sobre o Autoritarismo Brasileiro”, da antropóloga Lilia Moritz Schwarcz, algumas razões para mostrar como excludente a sociedade brasileira e o perfil do brasileiro bem diferente do que faz crer [40]. Em vários deles, como os EUA, por inúmeras razões, animais e plantas são registrados como candidatos a cargos eletivos.

Considerações Finais
Em suma, as Eleições Municipais de 1959 em São Paulo são memoráveis. Enquanto festa cívica permite infinitas manifestações dos cidadãos, que podem dar bom termo aos anseios de melhoria ou não, ou ainda, deixando-se levar pelo Marketing Político e copiando as atitudes de outros.
Ao deixarem-se levar pelos outros, os eleitores têm destino incerto e que pode ser arriscado e até nefasto como em alguns episódios, a saber, a eleição de Hípias em Atenas, de Mussolini em 1922 e de Hitler em 1933, entre outros. Seguir a lei ditada por um ou poucos, diante da liberdade, um dos bens maiores da Humanidade, pode mitigar a Dignidade da Pessoa Humana. Determinadas crises em regime democrático são perigosas. Na mencionada peça, Ionesco alertava para os primeiros sinais de perigo (ocasião em que um rinoceronte esmaga um gato e as pessoas ficam inconformadas [41]). Depois, mostrava a reação incrédula de terceiros [42]. A seguir, uma das pessoas próximas torna-se rinoceronte [43]. Depois um dos principais vira paquiderme [44]. Todos da cidade viram esse animal, até sobrar como o último ser humano o protagonista (Bérenger [45]). Ou você, querido leitor?

Referências Bibliográficas
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Notas de fim
1 Ou Alemanha Ocidental, que existiu até a unificação com a Oriental - República Democrática Alemã - em 1989.
2 HÉLIOT, Armelle. Eugène Ionesco, l'enfance éternelle. Il aurait eu 100 ans en ce mois de novembre. Une belle exposition à la BNF, des spectacles, des publications, l'académicien de l'absurde est bien vivant, Le Figaro, Culture, Théâtre, 05/11/2009 - 10:47, disponível em http://www.lefigaro.fr/.../03003-20091105ARTFIG00452... e capturado em 29/03/2019 - 12:53.
3 IONESCO, Eugène. Le rhinocéros – pièce em trois acts et quatre tableaux, 1.ed., Paris: Éditions Gallimard, mai de 1959. Il. 199p.
4 IONESCO, Eugène. O rinoceronte, Coleção 50 Anos, Tradução de Luís de Lima, Prefácio de Sofia Seljan. 1. ed. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2015. 128p.
5 IONESCO, Eugène. O rinoceronte, páginas 9 e 82 e a contracapa.
6 HOPP, Frans. HAAR, Truus V. D. Camilla; José Cássio. O rinoceronte, Coleção Estrela D’Alva, São Paulo, Editora Ática, 1993.
7 A agência de publicidade paulistana Rino COM (https://rinocom.com.br/), fundada pelo saudoso bacharel de Direito Rino Ferrari (1930-2017), tem por logotipo o rinoceronte.
8 GUIMARÃES, Carla. A Viagem do Rinoceronte. Turismo Europa, Agência EFE, 24/05/2019, disponível em https://www.efe.com/.../a-viagem-do.../50000238-3984271 e capturado em 19/06/2019 - 19:00
9 No famoso desenho animado “Rei Leão” (King Lion) há o rinoceronte negro. No desenho animado “Tartarugas Ninjas”, sob o comando do vilão Destruidor, o rinoceronte Rocksteady e o javali Bebop combatem as tartarugas protagonistas e o Mestre Sprintler. Em “Bubble Guppies”, Rhino é rinoceronte solitário do zoológico que os protagonistas buscam um amigo para companhia dele. No britânico “Peppa Pig” os rinocerontes são o Sr. Rinoceronte (Mr. Rhinoceros), o filho Ronald e Rocky Rhinoceros, trabalhando aquele com o Sr. Touro (Mr. Bull) nas construções e demolições. Na animação malaia “Origanimals”, o rinoceronte Rufus (Ryan) é o líder do grupo “Animais Dobrados” (Awesome Four) de resgate da vida selvagem, constituído da raposa Fiona, zebra Zoe e coala Khye, além do Air Condor e do mensageiro Giggles. Na animação “Munki and Trunk”, Holey Moley é alegre rinoceronte. Na animação da BBC “Hey Duggee” (Oi Duggee), o protagonista Duggee é cão marrom e chefe dos escoteiros; Betty é polvo inteligente e imaginativa; Happy é crocodilo alto e feliz que adora pular na água e usar óculos leves; Roly é animada hipopótamo; e Tag é rinoceronte frazino e delicado.
10 HILLER, Érico Luis. A Jornada do Rinoceronte, 1. ed., São Bernardo do Campo-SP, Marte Edições, 2016. 198p. il.
11 As páginas da fundação Rhino Conservation e o do Prêmio (Awards) são https://www.savetherhino.org/ e http://www.rhinoconservationawards.org/. Esta fundação foi criada em 2012 pelo Dr. Larry Hansen (então CEO das Hasselblad Cameras) e pela Sra. Xiaoyang Yu (sócia-fundadora da China New Enterprise Investment - CNEI) na África do Sul. Conseguiram a parceria com a Game Rangers Association of Africa (GRAA) e, em 2014, o patrocínio do Príncipe Albert II, de Mônaco.
12 CALDAS AULETE. Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa em 5 volumes, 2. ed. rev., atual. e aum. por Hamílcar de Garcia, Com um breve estudo por Antenor Nascentes, Rio de Janeiro: Editora Delta, 1964, volume I, página 624.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Aurélio da língua portuguesa, Coord. Marina Baird Ferreira e Margarida dos Anjos, 5. ed., Curitiba, Editora Positivo, 2010, página 374.
HOUAISS, Antonio. VILLAR, Mauro de Salles. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, 1. ed., 2. reimpr., Rio de Janeiro, Editora Objetiva, 2009, página 549.
13 SACONI, Rose. Como era São Paulo sem Jardim Zoológico. Paulistanos iam a museu com bichos empalhados; primeiro zoo foi inspirado no Jardin d'Acclimatation, O Estado de São Paulo, Acervo Estadão, 29/08/2013 - 14:46, disponível em https://acervo.estadao.com.br/.../acervo,como-era-sao... e capturado em 27/09/2019 - 16:47.
“Cacareco” foi a atração da inauguração do Jardim Zoológico em 1958. Foi antecedido pelo Jardim da Aclimação do Dr. Carlos Botelho, atual Parque da Aclimação e imediações (1898), e pelo Museu Zoológico dos Senhores José Pilar & Sá na Rua Florêncio de Abreu, número 20-A, atualmente prédio fechado em frente ao Mosteiro de São Bento, Centro de São Paulo (1905).
14 O Estado de São Paulo. Rinoceronte pára o Zoológico, sexta-feira, 31 de janeiro de 1958, página 9.
No ofício, o Governador Jânio Quadros garantiu ao Prefeito Negrão de Lima: “Asseguro a v. Exa, que este governo dispensará a Cacareco todas as atenções e cuidados convenientes”.
15 O Estado de São Paulo. Enquanto se inaugurava o Zoo animais promoveram desordens. Domingo, pela manhã, terça-feira, 18 de março de 1958, página 16.
ENTINI, Carlos Eduardo. O lançamento da candidatura de Cacareco. Rinoceronte fez sucesso no zoológico paulista e foi o mais votado para vereador em 1959, O Estado de São Paulo, Acervo, 17/03/2013 - 11:22, disponível em https://acervo.estadao.com.br/.../acervo,o-lancamento-da... e capturado em 16/04/2019 - 16:31.
Por volta das 9:30 horas do chuvoso domingo de 16 de março de 1958, o Governador Jânio da Silva Quadros, familiares, autoridades (em especial o Sr. Emílio Varolli, presidente da Comissão Organizadora do Zoológico) inauguraram o atual Jardim Zoológico de São Paulo. Na cidade, gato, macaco e cavalo escaparam de seus respectivos lares e exigiram bastante empenho do Corpo de Bombeiros. A mencionada frase de Jânio Quadros, referia-se da popularidade de Cacareco para possível eleição ao cargo de Governador do Estado.
16 EDITORA CONTINENTAL. Almanaque de Cacareco e Outros Bichos, capa colorida e ilustrações de Queiroz, 1961. 100p.
17 EDITORA CONTINENTAL. Cacareco e Outros Bichos, capa colorida de Jayme Cortez, ilustrações de Queiroz, Aylton Thomaz e Isomar, edição número 2, outubro de 1958.
18 ZIZZI, Estêvão. Cacareco, publicado em 26 de ago de 2010, disponível em https://www.youtube.com/watch?v=1xRfyA5poc0 e capturado em 29/03/2019 – 14:26.
19 Nos processos n. 99, 100 e 101, todos de 1959, da antiga classe oitava – Julgamento de Urnas Eleitorais, tendo o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo como interessado.
20 FERREIRA, Neil. Cacareco agora É Excelência, Fotos de George Torok, O Cruzeiro, 24/10/1959.
21 BERGMAN, João. Cacareco. O Mais Votado, Porto Alegre, Editora tchê!, 1985, páginas 7 e 23.
22 RIBEIRO, Antonio Sérgio. Sua excelência, “vereador” Cacareco, Diário Oficial do Estado de São Paulo, Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, volume 114, número 184, quarta-feira 29/09/2004, página 3.
23 O ESTADO DE SÃO PAULO. A morte da compositora Dolores Duran. Rádio e televisão, quarta-feira, 28 de outubro de 2019, página 7.
24 IONESCO, Eugène. O rinoceronte, páginas 8 a 10.
No Prefácio, a especialista Sofia Seljan ressalta a força e a beleza da linguagem desta peça teatral, como crítica ao Totalitarismo, tão presente no mundo do Pós-Segunda Guerra Mundial (não apenas o socialismo de Stalin e outros regimes autocráticos de esquerda como também o fascismo, o nacional-socialismo (nazismo) e outras autocracias de direita).
25 ORWELL, George. 1984, 1. ed., Tradução para o português por Alexandre Hubner, São Paulo, Companhia das Letras, 2009. 416p.
26 SARAMAGO, José. Ensaio sobre a Cegueira, 1. ed., São Paulo, Companhia das Letras, 1995.
27 HORTENCIO, Luciano. Marcha do Carnaval de 1960 (Cacareco É o Maior, marcha de Francisco Ferraz Neto e José Roy), publicado em 23/11/2014, disponível em https://www.youtube.com/watch?v=PNNlH_VYKhk e capturado em 29/03/2019 – 14:24.
28 ENTINI, Carlos Eduardo. O lançamento da candidatura de Cacareco. Rinoceronte fez sucesso no zoológico paulista e foi o mais votado para vereador em 1959.
29 COMPTON, Kerri. Caldwell Zoo's black rhino Cornelius has died, KLTV, 22/04/2013 - 15:01 CDT, atualizado em 25/07/2013 - 18:25 CDT, disponível em http://www.kltv.com/.../caldwell-zoos-black-rhino.../ e capturado em 16/04/2019 - 17:13.
PERITZ, Ingrid. After years of near-extinction, the whacky Rhino party is back, The Globe and Mail, 08/08/2007, atualizado em 26/04/2018, disponível em https://www.theglobeandmail.com/.../afte.../article18142763/ e capturado em 16/04/2019 - 17:31.
O “Rhinoceros Party” foi criada em 1963 pelo médico e escritor, Dr. Jacques Ferron, sob o mote “O que vai fazer quando eleito, como você: nada!”. A agremiação durou até 1993, quando foi extinta. Em agosto de 2007 foi ressuscitada por dois herdeiros do “Rhinoceros Party”, Brian Salmi e François Gourd, com inúmeras promessas irreverentes.
Nasceu no Granby Zoo, Québec, Canadá, “Cornelius the First”, o célebre e eterno candidato do “Rhinoceros Party”. Na troca com girafa, foi transferido ao San Diego Zoo, Califórnia, EUA, e depois ao Caldwell Zoo, Texas. Concorreu a diversas eleições, sendo o melhor resultado com a obtenção de 110.597 votos nas eleições canadenses de 1980 (1,01% do eleitorado). No pleito de 1988 lançou 74 candidaturas. Faleceu “Cornelius I” em 03 de abril de 2013 no Caldwell Zoo, de pneumonia e tuberculose.
30 BERGMAN, João. Cacareco. O Mais Votado, Porto Alegre, Editora tchê!, 1985.
31 RIBEIRO, Antonio Sérgio. Sua excelência, “vereador” Cacareco.
32 CALDAS AULETE. Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa em 5 volumes, volume IV, página 3296.
33 QUEIROZ, Adolpho. MERGULHÃO, Mariana G. F. Voto de Protesto ou Estratégia de Marketing?, artigo apresentado ao Grupo de Trabalho de Propaganda e marketing político no V Congresso da Compolítica, realizado em Curitiba/PR, entre os dias 8 e 10 de maio de 2013, disponível em http://www.compolitica.org/.../GT09-Propaganda-e... e capturado em 16/04/2019 – 15:56.
Esses especialistas em Marketing discutem esse episódio e outros (Chimpanzé Tião, Tiririca e outros) e concluem pela constatação de voto de protesto e pelo resultado de boa estratégia de marketing político.
34 FOLHA DA MANHÃ. Os Moradores de Osasco Votam pela Não Elevação a Município, quarta-feira, 16 de dezembro de 1953, Assuntos Gerais, página 4.
Na consulta popular de 13 de dezembro de 1953, dos 2466 eleitores que compareceram, 1308 votos pelo “não”, 1144 pelo “sim”, 13 votos em branco e 1 voto anulado.
35 FOLHA DA MANHÃ. O Plebiscito de Osasco, domingo, 28 de dezembro de 1958, Assuntos Gerais, página 3.
36 Diário Oficial do Estado de São Paulo, Diário da Assembleia Legislativa, ano LXII, número 211, quinta-feira, 20 de setembro de 1962, páginas 46 a 50 (errata).
No artigo 13 da Lei Estadual n. 6.786, de 6 de abril de 1962, o Governo do Estado determinou a instalação de coletoria de tributos no Município de Osasco.
37 Lei Federal n. 2.550, de 25 de julho de 1955, artigo 38.
38 NARLLA, Hayanne. Bode Ioiô, ilustre retirante da seca de 1915, completa um século da chegada a Fortaleza. Em 1931, Fortaleza chorou. Morria o Bode Ioiô, animal que perambulava pela cidade e chegou a ser "eleito" vereador. Empalhado, ele é até hoje destaque do Museu do Ceará, Tribuna do Ceará, 30/04/2015 - 07:00, disponível em https://tribunadoceara.uol.com.br/.../bode-ioio-ilustre.../ e capturado em 16/04/2019 - 16:42.
39 ENTINI, Carlos Eduardo. O lançamento da candidatura de Cacareco. Rinoceronte fez sucesso no zoológico paulista e foi o mais votado para vereador em 1959.
40 SCHWARCZ, Lilia Moritz. Sobre o Autoritarismo Brasileiro, 1. ed., São Paulo, Companhia das Letras, 2019.
41 IONESCO, Eugène. O rinoceronte, páginas 37 a 49.
42 IONESCO, Eugène. O rinoceronte, páginas 50 a 60.
43 IONESCO, Eugène. O rinoceronte, páginas 61 a 72.
44 IONESCO, Eugène. O rinoceronte, páginas 72 a 86.
45 IONESCO, Eugène. O rinoceronte, páginas 87 a 125.
Em tempo: no ano seguinte, veio a marchinha de Carnaval de Francisco Neto e José Roy, "Cacareco É o Maior": https://youtu.be/PNNlH_VYKhk
"Voto é memória: a imagem da democracia brasileira em São Paulo(1932 - 1965)", organizador José D'Amico Bauab, São Paulo, Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo; Arquivo Público do Estado de São Paulo, 2019, páginas 424 a 433.

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Luiz Negrão

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