Os vultos da Ilha da Medida da Sorte


Luiz Alexandre Kikuchi Negrão

- Esta noite tudo está perfeito! - Exclamou Di Kihachi às anfitriãs Kaneko e Yoneko, enquanto bebia saquê e saboreava shimazushi, sashimi de peixe-voador, kusaya, alga budo e ashitaba.
- Obrigadas! Seja gentil e cuide de nós. - Respondeu Yoneko, vestindo Kihachijô dourado que realçava a juventude delas e do convidado que produzia tofu e shoyu.
- Aproveite a vida enquanto há vida! Você é um jovem delicioso! - Respondeu Kaneko, que bailava o Kashitate Odori em seu Kihachijô azulado como estrelas brilhando no céu. De árvore próxima um albatroz voou assustado em direção ao vulcão Taizen-san.
Sob a luz da lua de outono, apreciando o banquete das irmãs em bela casa no pé do Nishiyama, buscava esquecer a rotina. Da vila de Nakanogo, sul da ilha, saía de manhã bem cedo para trabalhar e voltava para casa ao pôr do sol, com trabalho e refeições. Sorriu ao ser convidado; sem hesitar, aceitou o convite e acompanhou-as passando pelas praias de areias negras, depois sob as águas que caíam da Uramigataki e finalmente em meio a Hegoshida, onde se erguia a casa.
O vazio da vida parecia ir à luz. Quatro olhos brilhantes miraram o jovem e miaram. O sol despontava no horizonte, Di Kihachi e as gatas transformaram-se em “bolas de fogo” que subiram e se juntaram às estrelas que sumiram no céu.

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Luiz Negrão

E-mail: luizalexandren@gmail.com

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