Bubalino


Luiz Alexandre Kikuchi Negrão

“Temos sorrido em público do que não sorriríamos quando ficássemos sozinhos”. Clarice Lispector

- Buba, quero um herdeiro! – O dono da fazenda de cacau Zé Inocêncio exigiu da companheira do filho Zé Venâncio.
- Sr. Inocêncio, eu e o Venâncio acabamos de nos conhecer. – Responde Buba.
Zé Inocêncio pede para servir pinga a todos, ergue uma taça e faz um brinde:
- Está feito. Buba vai dar mais um varão para esta casa!
Todos sorriem e entornam copo com aguardente. Zé Venâncio e Buba saem para o quarto. Já no aposento, ela desabafa:
- Meu amor. Sabe pouco de mim, mas não posso ter filho. Como explicar ao seu pai? – Chora.
- Me falaram do seu problema. Sabe que lhe quero, Buba. Do jeito que é. – Neste instante, ouvem um barulho atrás da porta, é Zé Augusto, que sai sem graça.
- As paredes têm ouvido aqui. – Esbraveja – E eu que tinha visto de tudo: búfalos aqui na Bahia.
- Ôxi! Era só que me faltava: encosto. Buba, meu amor. Podemos ir à Casa da Mãe Solteira e tudo resolvido. Até para mulher de bilau!

deixe um recado | voltar

Luiz Negrão

E-mail: luizalexandren@gmail.com

Pageviews desde agosto de 2020: 2053

Site desenvolvido pela Plataforma Online de Formação de Escritores